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Meditar para quê?

  • anapaulacavalcanti05
  • Jun 9, 2022
  • 2 min read

Updated: Sep 8, 2022


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Toda a nossa rotina é um convite à exteriorização. A gente abre os olhos ao acordar e lá vem o mundo nos seduzindo e nos embriagando com suas cores, sons, formas, texturas, aromas, gostos. Passamos a maior parte do tempo assim, dedicando toda nossa atenção para o mundo externo. Há até quem se dedique a saber mais dos outros do que de si mesmo. O excesso de estímulos sensoriais gera vício e sobrecarrega nosso sistema nervoso, mas nem sempre reconhecemos isso como a causa de nosso cansaço mental.


E o que acontece quando fechamos os olhos em meditação? Como reagimos quando a excitação sensorial diminui? Nada em que tocar, nada para degustar, ver, cheirar, ouvir. O contato inicial com a meditação pode ser entediante, pois sem as distrações externas, o corpo começa a reclamar, uma certa inquietação toma conta e o silêncio aborrece. Se estamos viciadas em estímulos externos, pouco suportamos o contato com o mundo interno. Mas é exatamente esse encontro com o mundo interior que vai nos permitir saber mais sobre nós mesmas, nos aprofundarmos em nós mesmas. E esse é o encontro mais rico e mais bonito que a gente pode ter. Esse é o encontro promovido pela meditação.


Alguns erroneamente acreditam que meditar é o mesmo que parar de pensar e acabam se frustrando diante da prática. Mas isso é praticamente impossível, pois o pensar é uma função – extraordinária, por sinal – da mente. Em meditação, não paramos de pensar, mas observamos como a mente funciona: suas memórias, fantasias, sensações, racionalizações, vitimizações, justificativas, divagações. Nossa mente é um universo inteiro e, na maior parte do tempo, somos arrastadas por esses conteúdos sem qualquer consciência deles. É na pausa meditativa que a gente percebe a mente também como um objeto que pode ser observado com distanciamento.


Conhecer nossa mente é flertar com liberdade. Liberdade de diminuir o fluxo excessivo quando necessário, liberdade de escolher o que pensar, substituindo censura, depreciação, crítica e pessimismo por doses de cooperação, clareza, discernimento, luminosidade, elevação. Poder escolher o que pensar é ter um pouco mais de governabilidade sobre a mente, esse corpo de natureza tão volátil e tão sutil. Mas como qualquer habilidade, ela só se aperfeiçoa com a prática dedicada. A mente pode ser amiga ou inimiga. Cabe a nós escolhermos com que companhia queremos caminhar.


 
 
 

1 Comment


Letícia Flores
Letícia Flores
Oct 14, 2022

Que lindo isso, Ana.


Gosto também de pensar a meditação, puxando seu significado pela cauda do significante, recorrendo à etimologia da palavra.


Quando encaro o ato de meditar como uma atitude de mediação entre os nossos pensamentos e a nossa essência, consigo imaginar a "Letícia observadora, mediadora", e, assim, a prática se torna mais leve, sem metas, sem cobranças, sem objetivos específicos e superestimados.


Obrigada pelos seus textos, seguirei leitora sua sempre!


Com carinho,

Letícia.

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